por vezes demoro alguns instantes a lembrar-me de ti. é como se acordasse sozinho. e surpreendo-me sempre quando sinto o teu calor, quando abro os olhos e estás a meu lado. algures entre o cérebro e o coração há lugar a esse equívoco. o eu julga-se só perante o mundo. deitado, no final do dia, não precisa de contar os pés ao fundo da cama para se situar. mas antes de se levantar ainda tem na ponta da língua a tabuada do singular. um, dois pés, uma, duas mãos, um, dois olhos, uma, duas pernas. é quando conta os corações, um, dois corações, que perde a conta e se lembra de procurar o ábaco dos teus mamilos.
2 comentários:
Uma tabuada de adição deliciosa!
Abraço
C
abraço.
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