quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

chegada

passei a ferro o tecido do íntimo. um ou outro vinco, poupei-os, reconhecendo valor sentimental e documental. as dobras mais insistentes das expectativas foram alisadas, esbatidas, eliminadas. pelo menos até que o uso as faça ressurgir, nos locais habituais. tenho a louça do coração limpa e polida, a postos para a refeição vindoura. o sorriso está em flor, suas pétalas frescas acolherão os teus passos inaugurais. os olhos abrem-se para entrar o ar por toda a casa. e nos braços a seiva corre como a água do rio em que lavo os lençóis da cama.

2 comentários:

mari celma disse...

Nuno, esse texto de nome Chegada lembra muito a volta de um exilado, lembra muito o regresso de um amor que estava longe...é singelo,delicado. Muito bom de ler assim no início de um dia novo.

anarresti disse...

quis misturar a perparação da casa, dos objectos, com a preparação do íntimo, das emoções. e sim, em relação a um amor que chega em breve, que se reencontra, reconhece.

abraço.