sábado, 8 de dezembro de 2007

prisão


Fiz e refiz o arranjo nos cabelos. A madrugada partiu. Os raios de sol me agrediam. Esperei toda a noite. Esperei que as primeiras gotas de orvalho sinalizassem tua chegada. Nem que fossem dez sóis me aqueceriam o coração. O corpo treme, ainda, fora dos caminhos. Onde estará meu amado? Que tumultos o prenderam para que não estivesse aqui à hora prometida? Para onde posso seguir, sem tua companhia? Sento-me junto à pedra que ouviu minhas promessas e lamentos. Começo a arranjar os cabelos soltos, que estavam também à espera de teus carinhos, lavados com água de alecrim. Prendo todos os fios em tranças que me distraem. Guardo o choro e a tristeza, obedeço a convocação do dia. As mulheres do rio irão me encontrar calada, flor de pétalas desbotadas.

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