quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

eclipse

Olhos fatigados. Cansei de olhar para o céu, no aguardo de mensagens ou pistas. Teu paradeiro continua sendo um mistério. E a saudade é este estado de alerta, sem sono, sem frio, sem fome alguma. Nada me contenta. Nada me distrai. Meus pensamentos são obsessivos. Monótonos. Uma cantiga de um só acorde. Ele não vem mais. Onde estarás, meu amado? Que teto abriga teu corpo? Que alimentos saciam tua fome? Quem tranquiliza as sedes de tua alma? Não tenho voz para gritar. Nada existe, nada tem sentido. O mundo está incompleto. Posso descartar esta vida que me foi dada e já me serve. Grito, assim mesmo, grito ainda que não possas me ouvir. Eles me acusam. Sou a louca das estradas. Em todas as vilas, sabem teu nome. O céu não me responde. As águas não me levam.

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