terça-feira, 4 de dezembro de 2007

arado

vens e retiras-me a concha de eremita. estou agora exposto a correntes e predadores, de carne mole como os moluscos. fazes do meu coração solo arado. e o meu olhar perdeu a pretensão de que se vestia. fazes-me acreditar que é preciso situar-me no epicentro da vontade e que asa é nome de gente. não poderei colher o que não cuido. é assim que descubro a lucidez do íntimo. porque estás diante de mim, não é possível fugir de mim próprio.

1 comentário:

Anónimo disse...

Lindíssimo!

Abraço

C