terça-feira, 18 de dezembro de 2007

certidão

Poderia ter sido de outro modo. E se ao invés de eu te encontrar na minha rua, nos jogos infantis, eu te encontrasse na sala, pedindo minha irmã em casamento, eu te amaria. O funcionário da biblioteca, me indicando leituras. Ou o astro popular da música, do qual eu colecionaria fotos e reportagens. Talvez o professor de matemática que me deixou compreender este mundo abstrato. Ou meu primo mais sorridente. Talvez você fosse igualzinho ao príncipe das histórias maravilhosas. Teríamos nos encontrado no trem para a Patagônia. Meu companheiro de cena, na dramatização da escola. Meu irmão e esse seria um amor impossível. Acho bonita a cena do atropelamento: atravesso a rua distraída, seu carro joga meu corpo na calçada. Estou quase morrendo e você me beija. Não morro e hoje sou sua mulher. Todas as cenas possíveis poderiam ter sido. Em qualquer circunstância, eu estaria encontrando o homem da minha vida

2 comentários:

Anónimo disse...

Lindo!
:)

mari celma disse...

Quase pensei em tragédia, feito o beijo no asfalto,mas o amor não mata. Quase pensei que o professor cometeria um crime, mas que nada,mestres não são assassinos, quase pensei na abertura de Closer, Perto demais,vc dizendo: alô estranho! Mas,não, lá eles não ficam juntos...que bom que foram quases! Porque Certidão é um registro de amor, amor que está em qualquer situação, esperando que nós sejamos menos desatentos e desabrochemos...tão simples! Esse post é de um bonito tão vasto que fiquei até sem saber o que dizer ao certo...só sei que estou sentindo os efeitos...só sei disso tudo.