segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

chuva

O envelope finamente preparado, em papel cartão vermelho, se desfaz na calçada, seguindo os desmandos da chuva. Não faz sentido correr para tentar alcançá-lo. Prefiro perder as palavras todas, ajeitadas, a dizer-te coisas que não precisarias saber. Segue rua abaixo, a tradução cuidadosa, em letra cursiva e tinta lilás, de todos esses ruídos de algo que eu desejei chamar de amor. Mal comecei a frase, teu gesto me fez recolher o vexame. Não quero sobressaltos nem teus sustos. Nos meus guardados, vou adormecer o amor e o silêncio.

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