No meu esforço para ser compreendido, devo ter gesticulado demais. Talvez meus gestos desesperados e impacientes indicassem algum perigo. Estou preso a esta camisa, que é um abraço pelo avesso, um abraço de inimigo. Quero dizer com mais clareza, não atino com esse desentendimento. Ouço o dobrar dos sinos. A música segue. Algum tempo depois, a euforia na rua. Todos saúdam os recém-casados. Sou apenas um mensageiro, mas guardo na memória o olhar triste da moça escondida. Nem ela sabe ainda que retornará a esta cidade, para fazer com que o noivo desta manhã entenda meu idioma e ouvindo minhas palavras, conheça os desígnios do destino.
2 comentários:
Aos 2 autores dou os meus parabéns pelo excelente blog que acho que é "o carteiro de atlantis", contem ter-me como visita assídua mesmo que por vezes só de passagem.
Aos 2 desejo um feliz Natal.
Um abraço,
António Almeida
Como leitora assídua de O carteiro e de Garcia Marquéz quero deixar aqui registrado a semelhança...em especial quando alguém espera a noiva de outro para que esse se faça compreender. Sacramento é real e é maravilhoso ao mesmo tempo!
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