sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

passaporte

A promessa está feita. E agora é lei. Chego na outra margem, no anúncio do verão. Será este meu presente de aniversário. Já não há como suportar a fome de estar ao teu lado. Preciso te entregar tudo que sobra. Na bagagem, levarei mimos de amor. Alguns pedacinhos de minha terra, algumas delícias que te surpreenderão o paladar. Quero entregar-te esta rede, tecida em linho antigo. Se não estiveres à minha espera, se não desejares minha chegada, ainda assim, estarei lá. Se teus braços não me receberem, ficarei mendigando no porto, sem nome e sem paradeiro. Se não me desejas ao teu lado, juntos na mesma margem, serei, para sempre, estrangeira de mim mesma.

3 comentários:

mari celma disse...

Estrangeira, estrangeira,mas tão bonita...

Eliana Mara Chiossi disse...

Caríssima amiga,

és a visitante mais regular e sinto falta dos teus comentários, pegadas da tua presença.
Aqui no Carteiro, minha escrita viaja. Me vejo sendo outras mulheres, aproximada daquilo que é tão feminino e que as guerras foram usurpando. Há, com certeza, este amigo a quem escrevemos, este homem que procuramos. E não sendo ele como o desejamos, não há como fazer barganhas. Viver meio amor é viver amor nenhum.

Abraço.

Anónimo disse...

Olá Eliana,
Concordo. Viver meio amor é viver amor nenhum. E gosto. Gosto de mulheres decididas...
O carteiro tem muito trabalho mas anda radiante. Os vossos textos são lindíssimos.

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