quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

pólen

a tua boca na longitude do meu corpo, como dedos num mapa. ágil topógrafa da minha geografia, vais cartografando a nudez. hei-de lembrar-me de te perguntar, como quem se belisca a meio de um sonho, se é verdade a floração da pele onde tocam os teus lábios. no oásis com os teus rios e as nossas árvores enchemos o cantil. descansamos da inflamação das miragens, junto à sombra deste pomar. o desejo, zumbindo solícito no trajecto dos ramos, poliniza a nossa distância. daqui vêm-se as flores ao longo dos teus braços. e o néctar o provaremos quando me caírem as pétalas.

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