segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

persianas

Teu caminhar é decidido. Com toda a delicadeza deixas o quarto na penumbra. Lá fora, coisas curiosas emigram. Ganhamos uma área protegida. Teus olhos me tornam prisioneira. Sabes exatamente o que fazer para que meu corpo fique assim, sem vértebras. Seios e pernas reagem e aguardam. Conheço a ação dos teus braços. Tenho pressa. Quero os teus beijos gulosos, que me fazem alimento de tua sede tão antiga. Os gestos bárbaros me provocam. Mordo os lábios e de olhos fechados, deliro. Digo sim, com minha pele eriçada. Sou só desejo e vôo.

1 comentário:

mari celma disse...

Por favor não ergam as persianas, não permitam que o dia amanheça, não deixem que o leiteiro faça as entregas, calem os galos,coloquem gatos no telhado...perpetuem esse vôo porque dele também somos feitos!