terça-feira, 20 de novembro de 2007

sonho

nascem flores como cascatas circulares e improváveis. a gravidade perdeu toda a gravidade e muito da força. a Björk canta. e não é ela. o corpo tem vários braços e um cocar. impossível deusa indiana que avança desde o coração da Amazónia até ao fulcro do íntimo. o solo dardeja ludicamente as nuvens com gotas de terra. chovemos os dois numa canção telúrica. eis que é já uma onça o ser que me aponta a lua, grávida de um pássaro. e percebo que durmo e que só existe sonhar. sinto o calor do teu corpo. e a fome do meu. imagino-me a sorrir a teu lado. ainda de olhos fechados, ouço-te cantar. e não é a Björk. é o nosso desejo, ritmo das noites que fabricamos.

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