sexta-feira, 23 de novembro de 2007

fivela

não trouxe da praia conchas, nem o horizonte, nem gaivotas. trouxe as minhas mãos, que te irão passar a roupa, para que te vistas. os lábios que te irão acordar. ficou lá para que o colhamos, entre a espuma e a areia, o fôlego de mil asas. mapas de sal nascer-nos-ão nos ombros. mergulharemos no azul, sem barbantana ou quilha. e ao chegarmos à praia, escorrendo água e sorrisos, esperar-nos-à a vida. e passando-nos a toalha para que nos sequemos, terá as sandálias na outra mão. calçar-nos-á para o caminho, aconchegando-nos a roupa e beijando-nos a testa.

Sem comentários: