quinta-feira, 15 de novembro de 2007

a primeira manhã

levantei-me cedo. abri as janelas e saí. a tempestade durante a noite não me acordou. como habitualmente, só soube da tormenta pelos vestígios: a areia lisa, como uma toalha acabada de pôr numa mesa imensa, e várias franjas de detritos, um pouco acima da bainha da rebentação, como sobrancelhas ligadas entre si, assinalando o alcance das ondas. poucas gaivotas. o sol brilhava perto das colinas, como se relutante ainda em atirar-se ao seu percurso ao longo do céu. corri a minha corrida matinal e nadei o meu banho de mar. foi, no entanto, o duche que me acordou definitivamente. com o chuveiro empurrei os grãos de areia para o ralo. vesti-me e mesmo antes de sair lembrei-me de fechar as janelas e trancar a porta do fundo. o telemóvel ficou esquecido, algures pela casa.

1 comentário:

Ana A. disse...

Essa imagem é-me familiar...