quinta-feira, 22 de novembro de 2007

pálpebras

escrevi um poema ainda dormias. a janela aberta sobre o mar. as cortinas dançando na canção do vento. gosto de observar os teus movimentos durante o sono. adivinhar-te os contornos dos sonhos. ontem adormeceste nos meus braços. as tuas pálpebras vibravam, enquanto um sorriso te preenchia o rosto. por momentos apertaste as minhas mãos com mais força. proferiste nomes e sons sem existência no lado em que eu me econtrava. no mundo que atravessavas todas as coisas são criaturas e a imaginação é um maestro brincalhão. as ondas marulhavam o seu múrmurio quando pousei o teu corpo na cama e o meu a teu lado. antes que te abraçasse, aconchegaste o teu sossego ao meu peito. e dormimos assim, entrelaçados no calor. os versos que me nasceram, como orvalho pela manhã, repousam, impronunciados. ouvi o meu nome e acorro ao teu despertar. vamos devolver ao sonho o teor da volúpia.

1 comentário:

Giulia disse...

In queste parole sta tutto il silenzio di una notte d'amore.
Incantevole.