quinta-feira, 22 de novembro de 2007

migração

A encomenda chegou. Aos pulos, depois da caixa aberta, espalhadas pelos cômodos, eram tantas que quase faziam barulho. Gêmeas de si mesmas, em suas taguagens duplicadas. Tão diversas que algumas nem existiam fora de sonhos. Filhas de um deus artesão. Foram convidadas para fazer deste dia um relicário. Procuro jeitos de te agradar. Se faço um contorno em torno dele, do dia que agora começou, instalo teu corpo no centro, ao trono, para receber as honrarias. Minhas companheiras começam o trabalho e voam. Suspendem a trajetória pontuando, mínimas, a orientação da dança. Peças de vidro, retalhos luminosos para tua vaidade. O dia, assim, multiplicado, milimétrico, são todas as maneiras que invento para ser tua. E elas partilham comigo o poder dos vôos.

Sem comentários: