segunda-feira, 19 de novembro de 2007

ofélia

Nem sei dizer como cheguei a esta decisão. Sei que houve um momento em que de repente saltei da amurada. Estava doente de tanta saudade. A saudade me habitava, sem tréguas. Tudo em mim doía, queimava. E não havia lugar certo, lugar cômodo, nenhum conforto disponível. Inquietação, queimação no estômago, vazio sem fundo. As águas me levarão até você. Eu só preciso ter força, resistência e fôlego. Nadar movida pelo desejo, pelo não sei quê de ânsia. Ficar aqui, do outro lado da margem, sem ação, sem planos, assim é que não pode ser. Meu desejo vai me guiar. O tempo não passa na sua ausência. Jogar-me ao mar é retornar às circunstâncias, aos acontecimentos. Antes disso, tudo aqui era névoa. Tudo o que me cercava era feito de nuvem. Quero apenas estar em seus braços. É nesse lugar que começa minha vida.

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