domingo, 18 de novembro de 2007

cerimônia

Nenhuma ordem a seguir. Dispensada a combinação das cores e a rigidez dos talheres. Motores de finíssimas alucinações. Suficientes doses de fantasia na paleta diversa, ondulações das cores do céu e do mar. Registro e disseminação dos aromas propícios. Cheiro de terra, memória do pão quente, sinais explícitos dos jasmins beirando a noite. A delimitação usada para compor um cômodo com o qual serão cobertas as quatro paredes. Alegorias, ramagens, tons pastéis, anjinhos e algumas libélulas. Sim, as velas. Todas acesas, moldadas, feito figuras delicadas dos mais conhecidos clichês: velas de coração, tulipas, rosas, pássaros, frutas, joalherias. Efeitos sonoros com o vento: penduricalhos de percussionista. As servas para meu preparo: banho, cabelos, óleos e vestes. Excesso de flores em composição de luxúria. Os morangos óbvios, cuidados, colhidos a pouco. Ao redor da seda, no mais ajustado contorno, pétalas inaugurando tons inúmeros de brancura. Tua rainha, me apresento, com meus olhos de impossível.

1 comentário:

Priscila de Athaides Ribeiro disse...

Nossa! Realmente linda essa passagem! Adorei os pequenos detalhes, os sons, as cores, as têxturas das palavras... belissimas!