quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

ateliê

Desfile monótono sob meu olhar perdido. A semelhança de todos os homens e mulheres que eu poderia amar. A todos eu poderia doar porções de caridade. Lavaria os pés, por anos a fio, dos peregrinos e dos solitários. Meu coração estaria inundado de amor e a todos acolheria. Daria atenção para as histórias, ainda que mal contadas. Seria a senhora da consolação. Cobriria, com o manto dos afetos, seus medos e miséria. Morreria em glórias, a milagrosa, dita. Dentro do meu peito, somente eu saberia, da doença crônica e do vazio. Os desejos calados na minha carne, furando a pele, minha alma. O esperado reencontro com teus olhos, que me livrariam da nudez. Sem ti, viajei o mundo todo sem encontrar abrigo. Meu corpo sem sombra e sem descanso. Eu, a amadora e serva de todos, buscando no deserto as águas da vida, que só em ti encontraria.

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá....

Talvez nao consiga expor em palavras o que acabei de ler....
So sei que voltei a tempos remotos,transcendi tempo e espaço atraves de suas palavras...e minhas lagrimas fora inevitaveis...
Parabéns,
Marcela Alves

Anónimo disse...

Mara...pode deixar...estarei sempre por perto....
O blog..é um suspiro de alivio....no meu dia-a-dia....
MUito Obrigada,sempre...
beijocas,